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Economia do Futuro
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Economia do Futuro

Author: Melina Costa

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Para evitar um desastre climático, precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos quase tudo. Mas a boa notícia é que uma nova economia já começou a ser criada. Esse podcast é para quem quer conhecer as tecnologias, as empresas, as políticas públicas e as pessoas envolvidas na construção da economia do futuro. Aqui você aprende sobre mercados de carbono, energias renováveis e o papel do Brasil nesse novo mundo - sem catastrofismo e sem greenwashing. Conduzido de forma crítica - mas otimista - pela jornalista Melina Costa, baseada em Berlim.
59 Episodes
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A maioria dos veículos vendidos hoje no Brasil é flex, ou seja, podem ser abastecidos com etanol ou gasolina. Esse é o resultado de décadas de investimento em tecnologia, especialmente desde os anos 70, como reação do Brasil ao choque nos preços do petróleo. Pois bem, a política criada naquela época é uma vantagem pro país no atual processo de descarbonização dos transportes. Mas o trabalho ainda não está completo, longe disso: o mais difícil começa agora. Os transportes representam cerca de 9% das emissões de gases do efeito estufa do país. Em especial, o transporte marítimo e a aviação estão entre os grandes desafios.Neste episódio, eu converso com Amanda Gondim,  professora do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Amanda coordena a Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação, e por isso está em contato com os principais atores tanto do setor aéreo, como da indústria de combustíveis e também líderes em políticas públicas.Durante a conversa, a gente falou sobre a atual fase de desenvolvimento tecnológico de novos combustíveis para o setor marítimo e aéreo e sobre o potencial dos carros elétricos no país. Ela também avaliou as propostas do Projeto de Lei dos Combustíveis do Futuro, que foi aprovado recentemente na Câmara e agora passa por trâmite no Senado.  –O EDF é publicado quinzenalmente às quintas, mas vai fazer uma pausa nas próximas semanas. Eu volto no dia 30 de maio. Até lá, eu queria te pedir para indicar esse podcast pra alguém, é a audiência que mantém esse projeto no ar.    Support the Show.
**Este episódio é patrocinado pela agência Humana**Essa história a gente já ouviu várias vezes. Da exploração de cobalto no Congo, à barragem de Belo Monte no Brasil: iniciativas de desenvolvimento econômico de grande escala, mesmo com as melhores intenções do mundo, comumente causam o deslocamento de comunidades locais, impactos ambientais e dependência econômica. O problema está na tradução de grandes políticas de desenvolvimento para realidades locais; num processo chamado de territorialização. O meu convidado hoje é Bruno Gomes, co-fundador da Humana, uma agência de implementação de projetos e programas de desenvolvimento. O Bruno trabalha não só com as estratégias que são definidas nos escritórios em São Paulo e em Brasília, mas, especialmente no campo, em pequenos municípios e rincões afetados por grandes investimentos e empreendimentos. Você já ouviu o Bruno aqui no podcast, um ano atrás ele foi o meu entrevistado do episódio Paradoxo da Mineração, em que a gente falou da exploração de minérios estratégicos, aqueles necessários para fazer a transição energética. Mas agora a discussão é mais ampla. A gente fala do impacto de grandes empreendimentos, da necessidade de engajamento social e de políticas públicas para permitir que o momento atual de transformação da nossa economia, beneficie muitos.** O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer contribuir para uma economia mais sustentável, comece indicando esse podcast pra alguém **Support the show
A União Europeia está na fase final de aprovação da mais rigorosa de suas legislações na área de sustentabilidade corporativa até agora. Trata-se da Diretiva de Due Diligence em Sustentabilidade Corporativa, ou, como vem sendo chamada na sigla em inglês, CSDDD. A diretiva estabelece um padrão de diligência e reporte para grandes empresas que operam no bloco no que diz respeito ao seu impacto ambiental e climático, além de respeito a direitos humanos. Mas se engana quem acha que só corporações serão afetadas. Quando aprovadas, essas regras devem se aplicar também às subsidiárias de empresas europeias e a todos os integrantes da sua cadeia de fornecedores. Ou seja, é muito difícil estimar o efeito dominó que a CSDDD terá ao redor do mundo. Depois de dois anos de discussões, e de negociações que quase acabaram em pizza, a expectativa é que a diretiva seja aprovada já nas próximas semanas e sua aplicação deve se dar em 2027. Neste episódio eu converso com o advogado Bruno Galvão, do escritório Blomstein em Berlim, e que está acompanhando de perto o desenrolar das discussões no Parlamento Europeu.** Participe do curso "Por dentro do PL do Mercado de Carbono" promovido pelo Reset.  Para se inscrever, clique aqui.***O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.comSupport the Show.
A  revista científica Nature publicou recentemente um estudo liderado por pesquisadores brasileiros que é um alerta para a comunidade internacional: a Amazônia pode atingir até 2050 o chamado ponto de não retorno, quando mudanças irreversíveis no ambiente causariam a perda da floresta tropical. Esse cenário é dramático porque a floresta na Amazônia tem se mostrado resiliente há 65 milhões de anos, apesar de drásticas variações climáticas nesse período.  A destruição do bioma em grande escala teria consequências para o equilíbrio climático do planeta como um todo, com prejuízos na agricultura, na geração de energia e no modo de vida de comunidades inteiras. Mas mesmo pontos de não retorno locais na Amazônia, como os que já vêm sendo registados, têm impactos enormes e podem se tornar mais frequentes. Para colocar em números: o estudo concluiu que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% do bioma amazônico poderia entrar em colapso. Nesse episódio, eu converso com Marina Hirota, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina e co-autora do estudo. Ela explica esses resultados, as consequências para o planeta da possível destruição do bioma - ou parte dele - e o que precisaria ser feito para evitar esse cenário.-- O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer contribuir para uma economia mais sustentável, comece agora, indicando esse podcast pra alguém. Para entrar em contato: podcast@economiadofuturo.comSupport the show
Este é um episódio diferente. Normalmente, eu convido um especialista e entro a fundo num assunto específico da nossa transição para uma economia mais sustentável. Mas desta vez eu decidi convidar uma figura que você já conhece para me ajudar a analisar os acontecimentos mais relevantes da agenda ambiental das últimas semanas no Brasil e globalmente. É o Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, que você já ouviu por aqui durante a cobertura das COPs, as Convenções do Clima das Nações Unidas. Nesse episódio, a gente conversa sobre a novela do mercado regulado de carbono brasileiro, populismo climático na Europa e o futuro do aço verde. O Sérgio também traz um update importante direto do encontro do G20 em São Paulo: ele explica a lógica de novo um mecanismo de proteção cambial para viabilizar investimentos verdes no Brasil. Clique para aprender mais com a cobertura do Reset:- Governo anuncia proteção cambial para investimento verde com Banco Mundial e Reino Unido- Os (novos) obstáculos do mercado regulado de carbono* O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com* Leia o Reset, a melhor cobertura diária sobre negócios sustentáveis: www.capitalreset.comSupport the Show.
Uma das demandas mais frequentes que eu recebo aqui no podcast é para falar mais sobre a regulação antidesmatamento da Europa. Já no final de 2024, estarão  impedidas de entrar na União Europeia uma série de commodities com suspeita de origem em florestas desmatadas. O mesmo vale para casos de possível desrespeito aos direitos humanos. As punições para os importadores que não cumprirem com as novas regras são seríssimas: vão de multas pesadas à proibição temporária de comercialização. Só que, até agora, ninguém parece estar preparado para lidar com essas mudanças. Esse episódio é uma entrevista com o advogado Bruno Galvão, do escritório Blomstein, em Berlim. O Bruno está particularmente inteirado do assunto, porque representa o setor da carne - um dos principais afetados pelo regulamento. Ele traz uma mensagem pragmática para o agronegócio brasileiro: por mais que alguns detalhes ainda não estejam totalmente claros, a hora de se adaptar é agora.  *O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer fazer a sua parte para a construção de uma economia mais sustentável, indique esse podcast para alguém. **Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com Support the Show.
** Clique aqui para se inscrever no curso "Descarbonização da Prática" do Reset. Essa é a chance de aprender com os maiores especialistas brasileiros no assunto **Um dos mecanismos para tornar a economia mais sustentável é destinar recursos para aquelas atividades consideradas desejáveis e desincentivar as mais danosas ao meio ambiente e a sociedade como um todo. Mas para fazer isso, precisamos primeiro entender o que é, exatamente, uma atividade sustentável. Pense na geração de energia por meio de painéis solares, por exemplo: em princípio, essa é uma alternativa de energia limpa, sem emissões de carbono. Mas  os metais necessários para construção desses painéis vêm da mineração, que, por sua vez, tem impactos sociais e ambientais relevantes.  Por aí você já vê a complexidade de criar uma taxonomia das atividades econômicas. Mais de vinte países já criaram a sua. No Brasil, o Plano de Ação do governo federal chamado “Taxonomia Sustentável” passou por consulta pública no fim do ano passado. Além dessa iniciativa do executivo há também dois projetos de lei, um na Câmara e outro no Senado, a respeito do tema. A minha entrevistada hoje é Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), uma organização financiada pelo Instituto Clima e Sociedade. Ela foi procuradora do Banco Central brasileiro, passou pela academia e trabalha há anos como consultora em finanças sustentáveis para organizações internacionais.  Nessa conversa, Luciane analisa as taxonomias de alguns países e fala da proposta brasileira. A gente entra nos principais méritos - mas também as principais controvérsias - desse plano. * Se você quer fazer a sua parte para a construção de uma economia mais sustentável, comece indicando esse podcast para alguém. É a audiência que mantém esse projeto no ar.  Estou contando com a sua ajuda!** Clique aqui para se inscrever no curso "Descarbonização da Prática" do Reset. Essa é a chance de aprender com os maiores especialistas brasileiros no assunto **Support the show
Uma fonte de energia limpa, segura, praticamente ilimitada e muito mais eficiente do que tudo que a humanidade já foi capaz de produzir: essa é a promessa da fusão nuclear. Ao contrário da fissão, que já é usada hoje por muitos países, a fusão simula o processo de produção de energia que acontece dentro das estrelas. Esse método tem um risco muito menor de acidentes e não gera aquele tipo de lixo que se mantém radioativo por milhares de anos. Este episódio é a reprise de uma entrevista feita em março de 2023 com Vinícius Njaim Duarte, pesquisador no laboratório de plasma da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e um dos principais cientistas brasileiros envolvidos nos estudos da fusão nuclear. Mas como algumas novidades importantes aconteceram desde então, a conversa foi atualizada em janeiro de 2024. --O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente, às quintas. Para ser notificado sobre novos episódios, siga esse podcast no seu tocador. Se quiser falar comigo, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the Show.
Depois de 48 horas em clima de tudo ou nada, a COP 28 chegou ao fim com o comprometimento de quase 200 países para uma transição energética que deixe os combustíveis fósseis no passado. Esta é primeira vez em quase 30 anos de Conferência das Partes que o texto oficial cita diretamente os principais causadores da emergência climática. Mas para que essa transição de fato aconteça, ainda há muito a ser definido. Falta dinheiro para os países em desenvolvimento, por exemplo. De todo modo, não é um exagero dizer que trata-se de um momento histórico - especialmente, porque o acordo se deu nos Emirados Árabes, um dos países que mais lucram com a exploração de petróleo no mundo.  Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, está em Dubai e traz a análise e os bastidores das difíceis negociações que nos trouxeram até aqui.** Para uma cobertura diária sobre investimentos e negócios sustentáveis, acesse: www.capitalreset.com Support the Show.
A COP já passou da metade e um rascunho do documento final com o resultado das negociações começou a ser escrito. A principal incerteza é se os países vão se comprometer com a eliminação - ou pelo menos, a redução do uso de combustíveis fósseis.Eu conversei com Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset, não só sobre o atual estágio das negociações como também sobre o papel do Brasil nesta COP - especialmente depois que a adesão do país ao clube dos maiores produtores de petróleo do mundo se tornou pública. Nós também conversamos sobre a visita de Lula à Alemanha, sobre blended finance e sobre o novo balanço do orçamento global de carbono que ainda resta antes de ultrapassarmos o limite de 1,5°C no aumento da temperatura. ** Para uma atualização diária sobre as negociações da COP28,  acesse o Reset: www.capitareset.comSupport the Show.
A COP 28 começou em Dubai na quinta passada, mas nesses poucos dias já aconteceu o equivalente a semanas de negociações. Empresas e países anunciaram planos de descarbonização. O fundo de perdas e danos, que é discutido há 30 anos, finalmente saiu do papel. Lula discursou cobrando que países se tornem menos dependentes dos combustíveis fósseis – e, paradoxalmente, confirmou a entrada do país na Opep+, grupo ligado ao cartel dos maiores produtores de petróleo do mundo. E ainda teve uma proposta do Brasil para financiar a conservação de florestas. Este é um boletim especial para atualizar você do que aconteceu de mais importante. Eu converso com Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset, que está em Dubai.  ** Para uma atualização diária sobre as negociações da COP28,  acesse o Reset: www.capitareset.comSupport the show
Começa nesta quinta-feira (30 de novembro) a COP 28, a Conferência do Clima das Nações Unidas. Quase 200 países se reúnem para negociar formas de conter o aumento de temperaturas e seus efeitos mais catastróficos em escala global. Desta vez, o evento acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, um dos países que mais lucram com a exploração de combustíveis fósseis no mundo.  O paradoxo de um evento pelo clima em um petro-estado obviamente não passou despercebido pela comunidade internacional. Esta COP deve deixar ainda mais clara a tensão entre os países que pedem a transição energética já e aqueles que preferem esperar mais um pouco. Isso sem falar na divisão entre os países mais pobres (e mais vulneráveis às mudanças climáticas) e os países ricos, que mais contribuíram historicamente para o aquecimento global.**Este é o primeiro episódio da cobertura especial da COP28 em parceria com o Reset: www.capitalreset.com Support the Show.
Uma nova crise da dívida soberana está se formando entre os países em desenvolvimento. Desde a crise financeira de 2008, a dívida externa das economias emergentes mais do que dobrou, chegando a 3,6 trilhões de dólares. E agora, com o aumento dos juros no mundo desenvolvido, as economias emergentes estão com dificuldades para captar recursos e se refinanciar. O alto endividamento é grave porque reduz a quantidade de recursos disponíveis para o combate à pobreza e para o desenvolvimento. E mais do que isso: os países mais sobrecarregados são exatamente aqueles mais vulneráveis às mudanças climáticas e que deveriam estar investindo na mitigação dos seus efeitos.O  episódio de hoje é uma conversa com Marina Zucker-Marques, pesquisadora da School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres. Ela faz parte de um projeto de pesquisa que pede o alívio da dívida para um grupo de 69 países que enfrentam problemas de solvência ou que estão muito perto disso.O Brasil não está nesse grupo - mas pode vir a ocupar papel de protagonista nessa história. Em primeiro de dezembro, o Brasil assume pela primeira vez a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. O G20 também é o principal fórum de negociação internacional de dívida soberana. Em discurso recente, Lula citou a "insustentável dívida externa dos países mais pobres",  e anunciou que o Brasil deve usar sua posição no G20 para promover o desenvolvimento sustentável e a reforma do sistema de governança internacional. Mas como isso vai se dar na prática, ainda não está claro.Nesta entrevista, Marina explica como a crise da dívida dos países de renda baixa chegou à atual situação e o que precisaria ser feito para liberar recursos para o desenvolvimento. ** Indique o Economia do Futuro para alguém e contribua para uma discussão mais construtiva sobre o clima. ** Acompanhe a cobertura especial da COP28 em parceria com o Reset, a partir de 30 de novembro. Support the Show.
Se você acompanha esse podcast, sabe que aqui a gente discute as tecnologias, os incentivos e as políticas públicas para descarbonizar os vários setores da economia. Esse é um processo complexo, que envolve cadeias inteiras de produção e que coloca em xeque as fontes de energia fóssil, das quais o mundo ainda depende. Mas no Brasil essa história é um pouco diferente. Claro que que o país também precisa deixar o petróleo, o carvão e o gás natural no passado. E claro que várias atividades econômicas precisam ser redesenhadas. Mas no Brasil o mais importante mesmo é acabar com o desmatamento e mudar a forma como criamos gado. É por isso que eu achei particularmente interessante um estudo recente da ong Observatório do Clima. O projeto SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, identificou que sozinho, o setor de alimentos respondeu por mais de 70% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil em 2021. Só para você ter uma ideia, globalmente, o impacto dos alimentos não passa de 30%. Isso reflete a forma como a comida é produzida no país: o que inclui a destruição de florestas e uma pecuária pouco adaptada à realidade climática.Nesse episódio eu converso com David Tsai, coordenador do projeto SEEG do Observatório do Clima. Ele explica como desmatamento, bois e aquecimento global estão conectados. Nós também falamos do que precisa ser feito para tirar o setor de alimentos da posição de vilão - especialmente diante do aumento da população global e do papel do Brasil como grande exportador de commodities agrícolas. Support the show
Depois de anos de discussões e vai e vem, o mercado regulado de carbono brasileiro está mais perto de sair. Com um acordo com a bancada ruralista, o governo conseguiu passar pela Comissão de Meio Ambiente do Senado o projeto de lei que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa.Trata-se de um mecanismo de cap and trade, semelhante ao que opera na Europa há quase vinte anos. Era isso que os especialistas e organizações da sociedade civil pleiteavam, entre elas o CEBDS, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.O episódio de hoje é uma entrevista com Viviane Romeiro, diretora de clima, energia e finanças sustentáveis no CEBDS. Ela explica como funcionaria o sistema - de acordo com o previsto nesse projeto de lei -, os efeitos que ele deve ter na economia como um todo e o seu modelo de governança. Ela também aborda dois pontos controversos e cruciais desse PL.O primeiro é a exclusão da agricultura e pecuária - exatamente os setores ligados à maior parte as emissões. E o segundo é a possibilidade do uso de créditos do mercado voluntário para compensar uma parte das emissões da indústria. Ou seja, o offsetting deve ganhar escala no  país. Se você ouviu o episódio passado do EDF, você já sabe que essa é uma prática que passa por escrutínio no mundo todo, porque é difícil comprovar se esses créditos entregam mesmo o que prometem. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para ajudar esse projeto, indique o podcast para alguém.  Support the Show.
Você já deve ter recebido uma proposta semelhante da sua companhia aérea: pague um pouco mais e compense as emissões de carbono do seu voo. Com essa transação simples, a promessa é voar sem culpa. Mas, se você é ouvinte desse podcast, já sabe que, infelizmente, não é tão fácil assim. Com o crescente escrutínio ao redor da qualidade da prática de offsetting, uma organização chamada Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative lançou recentemente um código de conduta para os compradores de créditos de carbono. Entre as recomendações está que empresas parem, pelo menos por ora, de usar créditos para compensar as suas emissões. Ou seja: seria, pelo menos, uma pausa na estratégia de offsetting.  Os créditos de carbono poderiam continuar a ser comprados, mas como uma espécie de contribuição voluntária para o clima. Dependendo da sua qualidade - ou, como se chama no setor, da sua integridade - os créditos seriam divididos nas categorias prata, ouro e platina, como forma de comunicar a ambição desses compradores. A VCMI, na sigla em inglês, é uma organização sem fins lucrativos, que nasceu na COP 26, a Conferência do Clima das Nações Unidas, exatamente para dar parâmetros de qualidade ao mercado voluntário de carbono. Nesse episódio eu converso com Ana Carolina Avzaradel Szklo, diretora técnica da ong. Essa conversa ilustra bem as atuais incertezas ao redor do produto crédito de carbono e seu potencial real para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Há várias organizações no mundo tentando encontrar mecanismos eficientes para a contribuição de empresas e consumidores para o clima. Mas o uso de offsetting ainda está longe de ser um consenso. Support the show
Um combustível que não só substitui aqueles de origem fóssil como também reduz emissões de metano para a atmosfera. É eficiente, fácil de armazenar, de transportar e cuja matéria-prima é abundante no Brasil. Eu estou falando do biogás, um combustível resultante do processo de decomposição de matéria orgânica, como o esgoto de cidades ou os resíduos de animais da pecuária. Ou seja: coisas que a gente considera lixo e não matéria-prima. O Brasil já tem 850 plantas de produção de biogás. A maioria delas usa bactérias para tratar resíduos e gerar energia elétrica. Mas o biogás também pode ser usado para substituir o gás natural, o GLP (mais conhecido como gás de cozinha) ou mesmo o diesel em veículos do transporte pesado. O potencial do Brasil nessa área é gigantesco. Só no curto prazo, seria possível quase quadruplicar a atual produção. Uma estimativa do setor aponta que o biogás poderia substituir setenta por cento do diesel consumido na frota brasileira de veículos.Para chegar lá, o país precisa vencer algumas barreiras tecnológicas e, principalmente, regulatórias. É sobre isso que eu converso neste episódio com Leidiane Ferronato Mariani, especialista em energias renováveis e fundadora da Amplum Biogás, empresa de cursos e consultoria na área. A Leidiane pesquisou a fundo o potencial do biogás no Brasil, como parte do projeto de pesquisa financiado pelo governo britânico em parceria com o governo brasileiro. Nesse episódio, ela compartilha os principais resultados do seu trabalho e aponta caminhos para o desenvolvimento desta fonte de energia renovável. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga este podcast no seu tocador. E para ajudar na sustentabilidade desse projeto, indique para um amigo. www.economiadofuturo.headline.com.brSupport the Show.
O governo Lula lançou em agosto o novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento que se tornou marca das gestões petistas anteriores.  Mas, dessa vez, além de focar em programas sociais e de infraestrutura, os investimentos também têm o objetivo de facilitar a transição ecológica da economia. Mas quão verde é, de fato, o PAC?Marta Salomon, especialista sênior do Instituto Talanoa, se debruçou sobre os planos do governo. No eixo chamado "transição e segurança energética", 60% dos recursos serão destinados ao setor de óleo e gás - o valor é 13 vezes maior do que os investimentos previstos para combustíveis de baixo carbono.Ao mesmo tempo, o PAC prevê aportes para a prevenção de catástrofes naturais, para a geração de energia renovável e a regulamentação de atividades relacionadas ao hidrogênio verde. Sem falar  na criação do mercado regulado de carbono.Nesta entrevista, Marta fala sobre os acertos e as contradições do PAC, e as difíceis escolhas de um país que precisa descarbonizar a sua economia e continuar crescendo.  --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. E, se puder,  indique para um amigo: isso ajuda muito na sustentabilidade deste projeto. Support the show
** Este episódio é uma reprise e foi inicialmente publicado em julho de 2021.A agricultura que nós temos hoje é resultado da Revolução Verde, que aconteceu nos anos 60. Na época, desenvolvimentos tecnológicos como fertilizantes químicos, mecanização do campo e o uso de variedades híbridas de plantas, aumentaram dramaticamente a produtividade de várias culturas agrícolas em países em desenvolvimento. Isso evitou uma grave crise de desabastecimento que estava se desenhando com o aumento populacional. O cientista Norman Borlaug, que ficou conhecido como o pai da Revolução Verde, recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1970 por ter ajudado a salvar mais de um bilhão de pessoas da fome. Foi no contexto dessa revolução, que o Brasil expandiu sua fronteira agrícola para o cerrado e tornou-se o grande exportador de commodities agrícolas que é hoje.Mas a revolução verde também trouxe problemas. Com um modelo de produção intensivo em insumos, o campo tornou-se também intensivo em capital, prejudicando pequenos produtores. Pesticidas contaminaram pessoas e ecossistemas. E as monoculturas, apesar de mais eficientes no curto prazo, levam ao esgotamento do solo e aumentam os riscos de doenças no longo prazo.Hoje, temos que não só lidar com esses problemas como precisamos também dar um novo salto de produtividade. Até 2050, a população global vai aumentar em 2 bilhões de pessoas e eventos climáticos extremos, como secas, vão deixar tudo bem mais difícil. Esse é o tamanho do desafio na agricultura. Neste episódio eu conto a história de uma startup brasileira que está trabalhando exatamente nessa fronteira. A Krilltech produz uma nono-molécula orgânica chamada arbolina, que aumenta a produtividade de mais de vinte culturas: 20% na soja, 12% no trigo, 40% no tomate. A nanotecnologia foi descrita no ​Plano Nacional de Fertilizantes do governo federal como "uma alternativa promissora para impulsionar uma nova revolução agrotecnológica brasileira”. O documento citou a Krilltech nominalmente.Nesta entrevista reprise, concedida há pouco mais de um ano, Diego Stone, um dos fundadores da Krilltech, explica como a arbolina funciona. Ele também fala da sua difícil trajetória de bootstrapping - mas com muito bom humor, como você vai notar nessa conversa. Uma atualização: desde que o episódio foi ao ar pela primeira vez, a Krilltech já triplicou sua capacidade de produção e recebeu o aporte de um grupo de investidores do agronegócio.--O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador e indique para um amigo. Entre em contato por aqui: podcast@economiadofuturo.comSupport the show
Este episódio é uma reprise. Foi publicado originalmente em  julho de 2022. --No processo de transição energética, uma das estratégias mais promissoras é a chamada "eletrificação de tudo", ou no inglês electrify everything. Isso significa usar eletricidade - desde que ela venha de fontes renováveis - ao invés de queimar combustíveis fósseis. Um exemplo disso são os carros elétricos, que devem substituir no futuro aqueles movidos a gasolina. Mas a ideia é fazer isso além do transporte, em todas as outras áreas da economia. Só que essa mudança não é simples. Em alguns processos industriais e do transporte pesado, não dá pra ligar máquinas na tomada, esperar que elas carreguem ou usar baterias. Ou seja, não é possível eletrificar atividades diretamente - e é aí que surge o hidrogênio como um vetor de eletrificação indireta. O hidrogênio pode ser queimado ao invés de carvão em siderúrgicas para a produção de aço, pode substituir gás natural no aquecimento de casas e a amônia proveniente do hidrogênio pode ser usada como combustível no transporte marítimo de contêineres, por exemplo. Hoje, o hidrogênio já é usado na indústria, mas em sua variante mais suja, feita a partir do gás natural e do carvão. Esse é o hidrogênio cinza. Pois eis que, agora, com o barateamento da energia solar e eólica, surge o hidrogênio verde.  Quase vinte países já apresentaram planos de longo prazo para o investimento na cadeia do hidrogênio verde. A Alemanha está na liderança, com US$ 10 bilhões até 2030. Turbinado com a energia eólica do Atacama, o Chile trabalha para ter a maior capacidade instalada para produção de hidrogênio verde do mundo.E o Brasil? Com mais de 80% da sua matriz elétrica baseada em fontes limpas, condições naturais favoráveis para novas usinas solares e eólicas, e infraestrutura portuária para exportação, o país é um candidato natural a protagonista nessa nova economia.O episódio de hoje é a reprise de uma entrevista de junho de 2022 com Philipp Daniel Hauser, do E+ transição energética. Esse é um think thank brasileiro, financiado pela filantropia e, em parte, pelo governo da Alemanha. O Philipp é alemão, mas estudou e fez sua carreira no Brasil. Uma das paradas dele foi na vice-presidência de transição energética na Engie, a maior empresa privada de energia no Brasil. Uma atualização: desde que essa entrevista foi ao ar pela primeira vez, a química Unigel anunciou que os investimentos em sua unidade de produção de hidrogênio verde em Camaçari, na Bahia, chegarão a US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos: é mais de dez vezes o valor já comprometido para a planta, que começou a ser erguida em meados do ano passado. E a Engie Brasil anunciou que vai  estudar a viabilidade de produção de hidrogênio verde no Paraná.Mas vamos lá pra entrevista: nessa conversa, Philipp explica como funciona o hidrogênio verde, conta sobre o atual estágio de barateamento dessa tecnologia e dá a sua opinião sobre o que o Brasil deveria fazer para ocupar uma posição de liderança no novo mapa geopolítico da energia que está sendo desenhado agora. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. E, se puder, indique para um amigo. Isso ajuda muito na sustentabilidade deste projeto. Support the Show.
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