#324 "A extrema-direita no Sul Global" - com Tatiana Vargas Maia
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Saudações pessoas! No episódio dessa semana recebemos de volta a magnânima Tatiana Vargas Maia para uma conversa sobre a extrema-direita em diversos países do Sul Global. Tatiana, junto com Rosana Pinheiro-Machado, está lançando o livro “The Rise of the Radical Right in the Global South” (A Ascenção da Direita Radical no Sul Global), que reúne artigos sobre as direitas radicais no Brasil, Índia, Filipinas, África do Sul e um panorama sobre a América Latina. Começamos discutindo a própria noção de Sul Global e os fenômenos que conectam países tão distantes a tragetórias comuns: colonialismo, escravidão, imperialismo. Partimos então para uma discussão de porque é importante pensar em como produzir conhecimento sobre as direitas radicais que não necessariamente precise ser mediado pelas discussões dos EUA e Europa. Se a crise de 2008 parece funcionar como um vetor explicativo super eficaz para se pensar o Trumpismo, o Brexit e os bons resultados eleitorais de partidos neofascistas europeus, ela não teve a mesma força no Brasil e além. Falamos sobre as similaridades entre o Brasil e as Filipinas para além dos excelentes memes, e como o narcotráfico, a ditadura militar e o populismo penal midiático marcam a extrema-direita lá e cá. Ao mesmo tempo, Brasil e Índia foram de “democracias vibrantes” na primeira década do século XXI para países marcados pela emergência de atores políticos dispostos a destruir, de forma lenta e gradual, a própria democracia que os alçou ao poder.
Nunca vou me esquecer do artigo da "Rosana" para o The Intercept dizendo que tratar Tábata Amaral como o que ela é, uma liberal safada e papagaio do Lemman, seria "fogo amigo". E que a esquerda radical era "radical demais" por chamar fascista de fascista, liberalóide de liberal ou coisas singelas como não querer levar Rodrigo Maia para dormir em casa.